Durante o
momento do brinquedo na sala de aula, no qual a professora disponibilizou um
jogo de Lego, os alunos construíram diversos aviões, e todos eram para serem
utilizados pelo exército na guerra, brincadeira esta que gerou interesse em
todo o grupo. Num segundo momento, no dia do brinquedo, um aluno trouxe dois oktok,
com os quais começaram a brincar de soldados se comunicando em um campo de
guerra. Um colega então questionou os amigos, dizendo “o exército não faz
guerra, ele é da paz porque limpa os rios”. A professora, percebendo o
interesse dos alunos pela questão e o conflito que ali surgiu, instigou os
alunos a falarem mais a respeito do que eles sabem do assunto. Surgiram então
questões como: o exército também ajuda a combater o mosquito aedes aegypti; O
Brasil é da paz, então não tem guerra aqui; o exército não é daqui porque se
não tem guerra não precisa de exército.
Além do
interesse estar explícito nas brincadeiras da turma, o Exército está alojado na
cidade, fazendo a limpeza do Arroio que fica bem próximo da escola. Assim
surgiu a possibilidade de iniciar um projeto com a grande questão: Afinal, o
Exército faz guerra ou é da paz? Diante disso, optamos por fazer uma expedição
com o Exército.
Elencamos ainda algumas outras
questões que poderiam ser respondidas durante a expedição: Como está sendo
feita a limpeza do rio? Que ferramentas estão sendo utilizadas? De onde é esse
grupo de soldados? Por que no Brasil não tem Guerra? Por que estão limpando o
rio? O exército está fazendo algo para combater o aedes aegypti? O exército faz
guerra? Onde e porquê? A expedição foi agendada antecipadamente com o Sargento.
Os alunos foram organizados em pequenos grupos, nos quais desenvolviam o papel
de fotógrafo, repórter e escriba.
Logo que chegamos fomos recebidos
pelo Sargento , que nos apresentou o grupo de soldados, cujos trabalhavam nas
margens próximas a Ponte do Imperador. Este também nos apresentou a maleta de
Primeiros Socorros e explicou que sempre que estivessem realizando algum
trabalho de risco, deveriam levá-la junto, para eventuais acidentes. Além da
maleta, deveriam utilizar coletes salva vidas. Como ferramentas de auxílio no trabalho
eram necessários botes e motosserra. Neste momento, os alunos observaram os
soldados trabalhando e os mesmos questionaram sobre o funcionamento da limpeza
dos rios.
O Sargento colocou que o grupo é de
Cachoeirinha do Sul, uma cidade próxima de Porto Alegre. Diante das perguntas
dos alunos, o mesmo respondeu que eles não fazem guerra, eles combatem a
guerra. Também falou que não há guerras no Brasil, pois o país é pacífico,
explicou que isso significa ser um país de paz. Complementou dizendo que as
guerras enfrentadas pelo Brasil estão voltadas mais às questões ambientais,
como esta que está sendo executada no Arroio Feitoria, na qual não estão sendo
utilizadas armas de fogo, e sim ferramentas que ajudam a resolver o problema do
mesmo, que está tomado por árvores e bambuzais, que caíram na última enchente.
Ao ser perguntado sobre o combate ao
mosquito aedes aegypti, respondeu que faziam este trabalho, que também é uma
guerra a qual visa lutar pela preservação da vida. Porém havia um outro grupo a
frente dessa batalha nesse momento, pois a missão deles ainda não estava
concluída no arroio.
Após responderem suas dúvidas, os
alunos pediram para ver os caminhões utilizados por eles. Junto aos caminhões,
encontramos um soldado que estava consertando um dos caminhões, que explicou
que aquele era o veículo utilizado para carregar os botes, os galhos retirados
do rio.
Nos despedimos e agradecemos a
disponibilidade da equipe e retornamos para a escola, cheios de novas perguntas
e informações para enriquecer nosso projeto.